O Suplício dos Impostos



Sentido, vivido e sofrido!...

RECADO AO SENHOR PRIMEIRO MINISTRO

Tem sido tamanho o abuso, a escravidao que dele resulta e são de dimensão tal os esforços feitos para conseguir cumprir com as minhas "obrigações fiscais" que, indignada e, simultâneamente impotente, sou levada a ter a tentação de virar as costas ao Estado, ao roubo "institucionalizado" que protagoniza e a questionar e repensar algumas das mais importantes escolhas que fui fazendo ao longo da vida.

Senhor Primeiro-Ministro, esta sua associação ao BE e a PCP, partidos que nunca governaram e desconhecem, desprezando, o peso da responsabilidade que qualquer governação comporta, em termos de exigência da estabilidade e equilíbrio das contas públicas tem prejudicado muitos, precisamente aqueles que, por uma questão de carácter e espírito de iniciativa, de inquietação, amor ao trabalho e aos frutos que procuram obter do mesmo estão sempre dispostos a arregaçar as mangas, a dar o corpo ao manifesto e a lutar, não só pela sua subsistência mas, também e sobretudo, pelo lugar ao sol a que legitimamente aspiram.

Os senhores desprezam e castigam a iniciativa privada, o inconformismo, a criatividade, o amor à independência, a indiferença e recusa da dependência do Estado.

E por isso, Senhor Primeiro-Ministro, depois de ter passado anos a votar em si e a acreditar na sua pessoa, na sua geração e nos seus programas, já só quero mesmo que o seu mandato termine e que sejamos libertados dessa vossa doentia obsessão pela redistribuição social, que alimenta e perpetua a subsidiarização da sociedade à nossa custa, à custa daqueles que, de facto, lutam e procuram criar e produzir, por sua conta e risco, ideias, bens, serviços e riqueza.

Sabe, Senhor Primeiro-Ministro, nós não temos horas de almoço e/ou jantar (1.30 a 2.00 horas, uma norma completamente obsoleta!), não temos horários fixos, não trabalhamos das 9.00 às 17.00, não temos fins de semana e, por vezes, nem férias gozamos.

Tudo nos sai da nossa vontade de vencer, de ultrapassar os múltiplos obstáculos com os quais diariamente deparamos, de delinear e alcançar objectivos e do constante aperfeiçoamento de estratégias.
Não temos, também, subsídio de Natal, nem de férias, enfim, todas essas justas e abençoadas regalias que têm aqueles que trabalham por conta de outrem.

Os senhores atacam, precisamente, aqueles que se não podem defender porque os outros, os que o podem fazer, os "tubarões" aqueles que, de facto, poderiam e deveriam dar o seu contributo à sociedade de forma muito menos dolorosa do que a nossa, esses encontram sempre formas elaboradas, sofisticadas, de escaparem às suas obrigações e de, subrepticiamente, deslizarem  entre as malhas e falhas do sistema.

Infelizmente são fracas, mesmo muito fracas e pouco sedutoras as alternativas que se nos apresentam e, ao contrário do que comigo se passou no fim do mandato de Passos Coelho não consigo sentir a esperança, conforto e confiança que, ao tempo, o senhor me merecia mas, como para mim o ciclo de austeridade não terminou, imagino e espero que aqueles que hão-de vir sejam coerentes e capazes de cumprir com a filosofia e principios que advogam.

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