Sempre ouvi dizer e aprendi, tanto em termos académicos específicos (Comunicação Social) como ao nível das Ciências Sociais em geral, que "Informação era Poder".
Continuo a acreditar nessa tese desde que a informação prestada e consumida seja credível, o que implica que seja assente em fontes com um mínimo de cientificidade, com possibilidade de serem comprovadas documentalmente, independentemente das áreas a que pertençam.
Indignada com a imprecisão de algumas informações a cujos documentos tive acesso, resolvi começar pelo princípio e procurar investigar a génese, processo de construção e divulgação das mesmas e consequente rigor que entendo deveria ser exigido a quem se aventura a fornecê-las de forma tão despudorada como inconsequente.
Wikipedia: Cofundador diz que plataforma não é de confiança
"A Wikipédia é agora conhecida por todos por ter muita influência no mundo. Por isso, há um jogo muito grande, desagradável e complexo a ser jogado nos bastidores para fazer com que o artigo diga o que alguém quer que ele diga."
Confrontada com esta declaração, acabei por confirmar aquilo de que há muito suspeitava e me fazia uma enorme confusão: a informação veiculada em certas áreas (neste caso refiro-me à Genealogia) e relativamente a várias famílias não era de todo credível e assentava na fantasia, negação da realidade e aspirações sociais de quem as produzia, desdenhando fontes não só credíveis como originais, de fácil acesso a quem tenha alguma curiosidade e paciência.
Naquela que é divulgada como a maior e mais importante base de dados de Genealogia Portuguesa, a Geneall apresentada como sendo "um projecto de Genealogia de carácter científico e cultural..." e com as suas especificidades é muito questionável como, por exemplo, por muito queridos e amados que sejam, apareçam filhos adoptados e respetiva descendência associados aos diferentes círculos de cores variadas correspondentes a hipotéticas descendências das principais casas reais da Europa Ocidental.
É questionável como, em certos casos, aparecem registos cheios de imprecisões, desmentidos pela documentação pública existente (Registos paroquiais e civis) e como o simples registo de 3 gerações leve à atribuição dos mesmos círculos ou círculo.
Ora, neste Portugal que habito e cuja cultura dominante aparenta ter um certo pendor para a fraude, deliberada e inconsequente, a ignorância e vaidade de alguns e a predisposição para a conivência e falta de espírito de investigação de outros, acabam por incentivar e criar o terreno propício a este tipo de comportamentos fraudulentos, nada escrupulosos e totalmente alheios a critérios de índole científica.
Conclusão: poderão, certamente, alimentar alguns pobres egos carentes de reconhecimento mas não estão, definitivamente, a servir o interesse maior, o da verdade, o do rigor que se exige à Genealogia e, em última instância, à Biologia, assente em critérios científicos facilmente comprovados documentalmente, nas bases de dados de que dispomos hoje em dia.