Mostrar mensagens com a etiqueta Budismo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Budismo. Mostrar todas as mensagens

"Prosperidade"


«Um homem rico pediu a um Mestre Zen que escrevesse algo que pudesse promover a prosperidade da sua família para os anos vindouros.
Deveria ser algo que a família pudesse prezar, ao longo das gerações.
Numa grande folha de papel, o Mestre escreveu: 
"O Pai morre, o filho morre, o neto morre."
Quando leu as palavras do Mestre, o homem rico ficou zangado:
- Eu pedi-te que escrevesses algo que pudesse trazer felicidade e prosperidade à minha família. Porque me dás algo tão deprimente quanto isto?
O Mestre respondeu :
- Se o teu filho morresse antes de ti, isso traria um sofrimento insuportável à tua família. Se o teu neto morresse antes do teu filho (seu pai), seria também uma grande dor para todos.
Se a tua família, geração após geração, for desaparecendo pela ordem que eu descrevi, será a ordem natural da vida.
Isto é que é a verdadeira felicidade e prosperidade.»

Ilustração: "Ancestors Gallery

Chinese Painting (séc. XIX)

"O Medo do Silêncio"


«O velho monge estava sentado, respirando calmamente. Entretanto apareceu um dos seus discípulos acompanhado por um estranho. Este, apresentando –se como sendo um homem de negócios começou a falar, ininterruptamente, dos seus projectos, do seu sucesso …
A certa altura, com um olhar afectuoso e cheio de compreensão, o velho monge decide interrompê-lo:
-"De que tens medo?"...
Apanhado de surpresa o homem parou, questionando-se sobre tão inusitada pergunta:
- "Medo?... medo de quê?"… pensou, olhando para o velho monge, cujos olhos pareciam animá-lo a olhar para dentro de si mesmo, a fazer uma introspecção. Afinal, não corria risco algum…
Começou a reflectir. "É verdade que desde há já muito tempo não fazia outra coisa senão falar de si próprio e dos seus negócios… até já tinha sido chamado à atenção por causa disso"…
De repente, à mesma velocidade com que o vento leva as nuvens, tudo se tornou mais claro … "se passava o tempo a falar… era para se não sentir só… Ele tinha medo da solidão!...
Até esse momento, tinha passado o seu tempo a falar, de tudo e de nada…"
O monge continuava a olhá-lo afectuosamente… "É verdade que nunca tinha gozado o tempo que passava, os acontecimentos, a sua vida, enfim!... Passou o tempo a projectar, procurar dar provas, falar… nunca se permitiu viver o instante."*
O monge sorria deixando o olhar espraiar-se pela paisagem. Parecia querer dizer "sim … é isso mesmo" … O homem, então, sentou-se ao lado do monge e, pela primeira vez, escutou.
O vento nas árvores, o canto dos pássaros, a erva a dançar, o sol que o aquecia, a sua respiração, escutou o silêncio...
Ele que tinha passado o tempo a falar, sem ouvir. Falar para não ter que ouvir … ouvir os seus medos, a sua tristeza, as suas dúvidas, o seu sofrimento  e surdo para as dúvidas, os medos, a tristeza, o sofrimento de todos os que lhe eram próximos e com quem convivia. Pouco a pouco e sem se aperceber, tinha-se deixado enclausurar numa parede de palavras.
Este medo da solidão ficou soterrado sob uma avalanche de palavras.
Com o olhar virado para a floresta, uma lágrima provocou uma fissura naquela parede e começou a chorar.
O velho monge acolheu, assim, aquele que tinha estado enclausurado durante tanto tempo.

- "Sê bem vindo, meu amigo".E ali ficaram os dois homens, em silêncio, quase até ao anoitecer …»

Contes philosophiques
Trad/adap.
Maria M. Abreu 

"Paz Interior"



«Era uma vez um rei que se propôs oferecer um prémio ao artista que apresentasse a pintura mais bela, dedicada ao tema da paz.

Foram vários os artistas a concorrer.
Depois de as observar a todas, só se interessou por duas e, de entre essas, teria de escolher apenas, uma.
A primeira pintura representava um lago calmo que espelhava, na perfeição, as montanhas majestosas que se encontravam à sua volta. Sobre este, havia um céu azul com algumas nuvens brancas.
Todos quantos a observaram  pensaram que era esta a imagem perfeita da paz.
A outra obra também tinha montanhas. Mas eram abruptas, rochosas e desprovidas de vegetação. Sobre elas estava representado um céu tempestuoso, com chuva e relâmpagos.
Ao lado da montanha havia uma grande queda de água.
Nada, nesta pintura, parecia ter qualquer semelhança com a paz.
Mas, ao observá-la minuciosamente, o rei reparou que havia um pequeno arbusto que tinha crescido no rochedo, por detrás da queda de água.
E no arbusto, um passarinho tinha construído o seu ninho. E lá se encontrava ele, aninhado, rodeado por remoinhos de água, numa paz perfeita…
O rei acabou por escolher este segundo quadro, explicando: “Estar em paz não significa estar num local onde não existam, nem barulho nem complicações. Não … a paz significa encontrarmo-nos no meio de tudo o que nos pode perturbar mantendo, apesar das circunstâncias, a serenidade no nosso coração.”»

Contes philosophiques
Trad./adap.
Maria M. Abreu

"The TRUTH About Ngozi Fulani: Meghan Markle's ...", uma perspectiva a considerar

  Uma análise de conteúdo inteligente, clara e desmistificadora do que pode ter acontecido e, provavelmente, aconteceu.