O actual governo Português e muitas outras entidades e personalidades do panorama nacional têm manifestado, nestes últimos tempos, uma enorme resistência, um estranho e desconfortável prurido no que diz respeito à obrigatoriedade da toma das vacinas por parte da população em geral.
Partindo da premissa, que julgo ser do senso comum, de que a liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro e, numa excepcional situação de defesa da saúde pública, assumir que esta, atendendo à sua gravidade e perigo de contágio, se impõe às liberdades individuais de cada um, não me parece que entre em contradição com a filosofia e normas vigentes.
Em meu entender, temos toda a liberdade de fazer as nossas opções individuais de vida, sejam elas quais forem, sempre e desde que estas não afectem nem ponham em risco a vida familiar e/ou colectiva.
Confesso mesmo não compreender como é possível que funcionários públicos que trabalham no sector da Saúde, se possam dar ao luxo de optar por se não vacinarem colocando em risco o bem comum, a referida saúde pública, em detrimento da sua própria liberdade individual.
Só com algum esforço consigo entender esta postura a não ser que seja vista como um resquício, indubitavelmente traumático, por parte de todos aqueles que foram contemporâneos da ditadura!...
Lamento é que esta aversão à compulsoriedade de uma situação de emergência social, manifestada pelo governo se não extenda, por exemplo, a uma aversão similar no que diz respeito à obrigatoriedade do pagamento de impostos por parte dos cidadãos activos...