Memórias de tempos que já lá vão

Porque os tempos mudam, a História segue o seu percurso e nós, humanos e protagonistas ainda vamos estando e participando na medida do que nos é possível, achei interessante divulgar a capa, contracapa e primeira página de um livro escolar que, literalmente, descobri escondido num dos muitos baús que guardo na garagem.
Confesso que, para além da emoção provocada pelas memórias que acabou por despertar em mim, fiquei surpreendida com o seu conteúdo, depois de uma brevíssima e superficial análise aos textos compilados.
Com as capacidades de observação e análise apuradas pela idade, sendo mãe e, como tal, não só preocupada com a instrução dos meus filhos mas, também, com a imprescindível transmissão de sólidos valores de carácter humanista, dei comigo a reflectir e a concordar em que teria gostado que alguns dos textos contidos neste livro pudessem ter feito parte dos livros de leitura do 2º ano dos meus filhos.

... Transmite valores, e estes são importantes... fundamentais..., enquanto instrumentos orientadores de comportamentos e atitudes a adoptar e respeitar, na vida em sociedade.

"Já sei ler!", 2ª classe (1966), Lourenço Marques, Empresa Moderna

Memórias de tempos passados

Esta imagem fez-me recordar um episódio que a minha mãe contava sobre a sua infância, sempre com um ar de desagrado e, mesmo, de enjoo.
Sendo cinco as crianças lá de casa, em determinada altura do ano e por um período de tempo algo prolongado, eram obrigadas a colocar-se, igualmente, em fila e, um a um, de colher estendida, ia ter com a minha avó que, de pé, os aguardava com um grande frasco de óleo de fígado de
bacalhau (vitaminas) nas mãos, e lhes ia vertendo, nas respectivas colheres, a dose diária que todos, sem excepção, repudiavam. Tudo em nome da saúde e fortalecimento das crianças.