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Em busca do equilíbrio entre a constância e "certezas" do Passado e a fluidez e contingências do Presente.
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Francesco Alberoni, "O silêncio dos intelectuais e a sociedade bárbara"
«Começo a estar cansado de ver apontar publicamente como modelos, multimilionários que ostentam a sua riqueza, aldrabões que vivem de intrigas, analfabetos que as pessoas tomam como exemplos de saber e bom senso, políticos que só sabem lamentar-se, incapazes que são de analisar de forma rigorosa a realidade político-social. E além disso tenho saudades de ouvir falar com profundidade e saber os grandes estudiosos, os grandes intelectuais.
Ainda há não muito tempo as pessoas tinham respeito pela alta cultura, pelos grandes filósofos, pelos grandes cientistas. Nos anos 70, portanto há relativamente pouco tempo, qualquer licenciado lia e era capaz de citar filósofos como Kant ou Hegel, sociólogos como Weber ou Pareto, psicólogos como Freud ou Jung. Quase todos os políticos da Primeira República italiana eram pessoas muito cultas, muitos deles professores universitários. Na mesma época havia empresários, como Olivetti ou Pietro Barilla, que se rodeavam de homens de cultura, de grandes artistas, o que não os impedia de criar empresas internacionais de envergadura. As grandes figuras da cultura apareciam nos jornais, na rádio, na televisão.
Hoje as coisas já não são assim. Há um círculo mediático que é formado por pessoas que se convidam umas às outras, que se elogiam entre elas, que fazem a festa sem precisar de ajudas de fora. Pensemos no luto por Pietro Taricone, o actor do "Big Brother" italiano morto recentemente. Mas quem fez na televisão a homenagem a personalidades como Alessandro Bausani, Norberto Bobbio, Lucio Colletti, Franco Modigliani, Mario Luzi, Sergio Cotta, Elémire Zolla, Pietro Cascella, Giò Pomodoro? Em Itália há uma grande criatividade e uma oferta imensa de livros, filmes e espectáculos, mas falta o sentido da ordem, da hierarquia, da avaliação equilibrada das personalidades e dos valores. As escolhas são superficiais, resultantes de um marketing grosseiro e muitas vezes da corrupção.
As elites do saber renunciaram a educar o público, a reflectir e a escolher. A cultura, a ciência, o estudo da alma humana exigem tranquilidade, profundidade, o reconhecimento dos próprios erros e qualidades como o respeito e a humildade.
No entanto, hoje já não estamos acostumados à reflexão e à argumentação rigorosa; preferimos a conversa fiada e as piadas fáceis. Tudo desencoraja a alta cultura, os projectos ambiciosos a longo prazo, a verdadeira vida do espírito. Estou convencido de que, se a sociedade enfrenta dificuldades, isso acontece também em resultado desta perda de espessura, de moral e de seriedade intelectual. Parece-me que está na altura de as elites culturais de esquerda ou de direita retomarem o seu verdadeiro papel, a sua responsabilidade educacional, e porem um travão na degradação intelectual da vida pública.»
Ionline, Março 2010
Republicado pela notável actualidade e desastrosa persistência no erro. História ilustrada, "O Século", Abril 1909
Jornal "O Século" (01 de Abril de 1909)
Robert Castel, "La société du précariat"
Robert Castel, criador da expressão/conceito sociedade do precariado (contracção dos termos precaridade e salariado) que, pouco a pouco, se tem vindo a impor aos dependentes da sociedade salarial. Esta última caracterizava-se, não só pela garantia de um determinado "status" como, também, por algumas condições de segurança e protecção dos trabalhadores. Com este novo tipo de sociedade - sociedade do precariado - assistimos à emergência de trabalhadores pobres, incapazes de proporcionar condições de vida decente às suas famílias, desemprego em massa, com os trabalhadores sob a constante ameaça de perda dos seus postos de trabalho, mergulhados numa assustadora insegurança social.
Charlie Brown,"Tirar boas notas", uma mera crítica social
Uma realidade, global, à qual não podemos escapar correndo o risco de, se não apostarmos e investirmos na Educação/formação e valorização académicas dos nossos filhos - na medida das nossas possibilidades, obviamente - os estarmos a condenar ao desemprego e/ou necessidade de sujeição ao nada estimulante mercado de trabalho, no caso de Portugal, e à eterna e crónica mediocridade salarial ...
Um círculo vicioso que vejo difícil de quebrar e para o qual não consigo vislumbrar alternativas.
Tal como "o amor e uma cabana", uma normal licenciatura e a garantia de trabalho/emprego, não passam de mitos, de sonhos que esbarram na crueza da realidade com a qual nos defrontamos.
Falando em percursos normais e salutares, sem o sempiterno recurso a "cunhas", pois esse é um mundo com consequências desastrosas para todos nós e no qual me não revejo.
É bonita e de louvar, a crítica social envolvida, mas não passa disso mesmo ...
Precisamos que nos apresentem alternativas e soluções de possível concretização.
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